sexta-feira, 29 de maio de 2009

Hospital de Bonsucesso


Esta estupenda fotografia de Milan Alran mostra a Avenida Brasil em 05/11/1950, com o Hospital de Bonsucesso ainda em obras. A área já mostra uma pequena favela ao lado do Hospital. 
O Hospital de Bonsucesso era o antigo Hospital Manoel Vargas,do IAPTEC (Instituto de Aposentadoria e Pensões Transportes e Cargas) que, com a fusão dos Institutos de Previdência, transformou-se em hospital do INPS. 
Com a universalização do atendimento determinado pela Constituição de 1988, e sem a contra-partida de verbas, este hospital, tal como os outros do Rio de Janeiro, como o dos Servidores do Estado, do Andaraí, da Lagoa, de Jacarepaguá, etc, se deterioraram. 
Hospital de Bonsucesso é composto de vários blocos: o bem na esquina da Av. Brasil com Av. Londres, é o bloco 2, da Maternidade, Pediatria e Ginecologia. 
No sentido horário, vemos na outra esquina da Av. Brasil, o bloco 3, da Ortopedia. 
Entre os dois o prédio da Capela. 
A seguir, o bloco 4, da Administração, o bloco 5, do Laboratório, ao fundo o bloco 6 da Emergência e, por último, o grande bloco Central, de nº 1. 

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Avenida Brasil em Construção



Avenida Brasil, nas proximidades de Manguinhos, em fase de construção.

Viaduto de Manguinhos



Nesta foto, publicada pelo jornal O Globo, dos anos 60, podemos ver o viaduto de Manguinhos, um dos que eliminaram a necessidade de sinais na Avenida Brasil, na qual vemos que haviam jardins nos seus canteiros centrais, inclusive com coqueiros.
Embaixo, à esquerda da foto, prédios do terreno da Fundação Osvaldo Cruz. O Pavilhão Arthur Neiva ou Pavilhão de Cursos, projetado pelo arquiteto Jorge Ferreira, possui um belo mural de azulejos de Roberto Burle Marx, enfocando os microorganismos, em tons azuis e brancos. Datado de 1947, é o segundo realizado pelo famoso paisagista.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Praça das Nações



A Praça das Nações no início do século XX. 
Foto de Augusto Malta,1928 

Em 1738, Cecília Vieira de Bonsucesso torna-se proprietária da Fazenda do Engenho da Pedra ou de terras dela desmembradas. Em decorrência, os canaviais das redondezas passaram a chamar-se "os campos de Bonsucesso", nome que designa a região até hoje.
Atribui-se a a Dona Cecília a reforma e embelezamento da antiga capela de Santo Antônio, no Engenho da Pedra. A ermida se situava próxima de onde hoje é o Parque União e o Clube Náutico São Cristóvão, e desapareceu na década de 40 quando a colina na qual se situava foi desbastada para servir de aterro e acesso à Ilha do Fundão.


Fonte: http://www.flickr.com/photos/antolog/38258020/in/photostream/

Igreja de São Daniel Profeta


Igreja projetada por Oscar Niemeyer. Foi inaugurada em 1960. Com pinturas da via sacra do pintor fluminense Alberto da Veiga Guinard que faleceu dois anos depois. 
Foi tombada por decreto municipal em 1998, junto com outras obras do arquiteto. 
É tombada também pelo Iphan. 

Na foto, podemos ver os preparativos para a inauguração da Igreja. 

Ela fica no Parque São José, Manguinhos (de acordo com o site da prefeitura e site da Arquediocese do Rio). 

Fonte: http://fotolog.terra.com.br/carioca_da_gema:444

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Copacabana

Crédito: www.theresacatharinacampos.com

Uma bela imagem da idílica Copacabana dos anos 20. Ao fundo vemos a pedra do Inhangá e o Copacabana Palace. A foto foi tirada próximo ao Posto 6.

Boulevard 28 de Setembro

Crédito: http://fotolog.terra.com.br/znorte:34

Vila Isabel - Boulevard 28 de setembro
A idéia de levantar um bairro nas terras da Fazenda dos Macacos, que comprara em 1872, foi do Barão João Batista Viana Drumond. O empreendimento contou com a ajuda do engenheiro Francisco Bittencourt da Silva, que fez um levantamento do terreno e traçou o mapa. O nome da via veio do dia da assinatura da Lei do Ventre Livre, que dava liberdade a todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data. O nome do bairro homenageia a Princesa Isabel, que promulgou a lei. No bairro foi instalado o primeiro zoológico do Rio de Janeiro, inspirando o jogo do bicho, criado pelo Barão dentro das leis da época.

Avenida Brasil

Crédito: http://fotolog.terra.com.br/znorte:34

Esta foto, de 1941, é do ínicio da construção da avenida Brasil, na altura de Manguinhos, próximo a Fundação Osvaldo Cruz. Ao fundo, à esquerda, podemos ver o Pão de Açucar, e um pouco abaixo vemos os hangares do Aeródromo de Manguinhos, que era o novo campo de aviação do Aeroclube do Brasil, fundado em 1911. O Instituto Oswaldo Cruz (atual FIOCRUZ) permitiu que fosse destruída uma pequena elevação que havia em seu terreno para a construção do Aeródromo. O Aeródromo de Manguinhos foi interditado em 1961 sob a alegação de interferência com o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional do Galeão e do Aeroporto Santos Dumont.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Praça da Bandeira


Vista aérea da Praça da Bandeira. Este chafariz que está no meio da praça pertencia inicialmente à Praça XV. Depois foi transferido para a Praça da Bandeira e hoje se encontra na Praça Mahatma Ghandi. Foto sem data

Central do Brasil


O bonde Cascadura passa em frente à Central do Brasil. Pode-se ver o emaranhado de fios que forneciam eletricidade aos bondes. A placa, provávelmente, era do local de parada.

Largo da Cancela em 1940


Situado entre o Campo e a Quinta, o Largo da Cancela se desenvolveu por sua ligação com outras partes da cidade.Era daí que partia o Caminho de São Cristóvão, aberto pelos jesuítas no século XVII, percurso alternativo para os viajantes em direção ao interior do sertão.
Por esta cancela, D.Pedro entrou de volta na cidade após o Grito do Ipiranga, pois era através da entrada de Sta Cruz que se atingia a Serra do Tinguá no caminho para São Paulo.
Ali funcionou durante muitos anos a estação dos ônibus que iam para Penha, Cascadura, Pedregulho, Ramos e São Januário.
Atualmente, concentra a convergência de importantes ruas - principalmente São Luiz Gonzaga - ligando as partes do bairro.

Avenida Teixeira de Castro



Esta foto de 1972 mostra a Avenida Teixeira de Castro, próximo da Praça Alvaro da Costa Melo (antiga Praça Bonsucesso) e do cruzamento com as ruas Bonsucesso e Cardoso de Moraes, onde se localiza o restaurante Planalto.

Largo do Bicão



Largo do Bicão mostrando o aspecto rural desta região, conforme indicado na foto, no ano de 1928.

sábado, 9 de maio de 2009

Avenida Presidente Vargas


Foto da Praça XI, onde se ver ao longe a Igreja da Candelária.

No dia 7 de setembro de 1944, o presidente Getúlio Dorneles Vargas inaugurou a nova avenida, depois da demolição de 525 casas, muitas críticas e transtornos causados ao povo. A obra foi considerada "faraônica, mirabolante, grandiosa demais e perfeitamente dispensável".

O projeto original estabelecia a criação de uma zona comercial entre a Candelária e a Praça da República e, a partir daí, até a Praça da Bandeira, a avenida seria exclusivamente residencial.

Dentre os prédios demolidos estavam as igrejas de São Domingos, São Pedro, Bom Jesus do Calvário e Nossa Senhora da Conceição; o antigo prédio da Prefeitura; alguns bancos; e um mercado público. Mas foi a destruição da Praça 11 que mais provocou reações, principalmente por parte da música popular.

Largo da Glória em 1905

Cartão Postal, da Casa Staffa, que circulou por volta de 1905, mostrando a Rua da Glória e o relógio de quatro mostradores, ainda hoje existente. Ao fundo, a Igreja de N.S. da Glória do Outeiro, cujo início de construção remonta a 1914. O nome do bairro da Glória surgiu na segunda metade do séc. XVII, quando Antonio Caminha esculpiu em madeira uma impressionante imagem de N.S. da Glória, quase em tamanho natural, e, para abrigá-la, ergueu uma ermida no alto do Morro. A tradicional igreja de N.S. da Glória do Outeiro, além da devoção popular dos cariocas, teve a assídua frequência da Família Imperial desde os tempos de D. Pedro I. Ali o futuro Dom Pedro II recebeu o batismo, com todas as devidas honras. Mais tarde, ele mesmo conferiu à igreja o título de Imperial (""apud"" C.Cornejo & J.E. Gerodetti). Há dias, André Decourt abordou a história do relógio em http://www.fotolog.net/andredecourt/?photo_id=10931985 Segundo M. Teixeira, há um detalhe pitoresco: quando o relógio foi feito pela casa Krussmann, não havia ainda rede elétrica na cidade, o que obrigou o Prefeito Pereira Passos solicitar, dias antes da inauguração, à Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico, que fornecesse também energia ao dito relógio. O diretor da Companhia ponderou que as linhas dos bondes eram aéreas e as do relógio subterrâneas, mas que mesmo assim queria contribuir para esse importante progresso da cidade e faria a ligação dos fios aéreos até o relógio. Ou seja, está aí o primeiro ""gato"" elétrico da história do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Palácio Monroe

Crédito: http://www.sorioantigo.blogspot.om/

Toda cidade possui suas próprias histórias. Histórias tristes e alegres, algumas eternas e outras incompletas. O Rio de Janeiro e suas ruas – “ruas com almas”, como falava João do Rio – também possui as suas. Uma em especial toca fundo o coração do carioca e do brasileiro: a do Palácio Monroe.

O Palácio Monroe foi um importante edifício que entre 1906 e 1976 reinou absoluto como uma das mais belas e imponentes construções da Cinelândia, região central do Rio de Janeiro.

Sua história começa em 1903, quando o Brasil se preparava para participar da Exposição de Saint-Louis, nos Estados Unidos, que aconteceria no ano seguinte. A obra seria o Pavilhão do Brasil no evento, devendo enquanto tal “ter aproveitada toda a estrutura, de modo a poder-se reconstruí-lo nesta Capital”, conforme exigia a cláusula 1ª do Aviso nº 148, datada de 3 de julho de 1903.

A obra foi concebida pelo então arquiteto e engenheiro militar, o Coronel Francisco Marcelino de Souza Aguiar. Construída com uma estrutura metálica desmontável, a obra foi erguida e exposta em Saint-Louis, como previsto. Sua beleza logo conquistou a imprensa norte-americana, que destacou sua harmonia de linhas e qualidade do espaço. Tanto chamou a atenção no evento, que acbou premiada com a medalha de outro no Grande Prêmio de Arquitetura, o maior do gênero naquela época. Foi o primeiro reconhecimento internacional de uma obra arquitetônica brasileira.

Os prêmios e elogios conferiam orgulho a então capital do Brasil, que naquele início de século esforçava-se para mudar sua imagem de capital suja, caótica, violenta e desordenada, até então predominante no imaginário internacional. Com a ajuda do prefeito da cidade Pereira Passos , o então presidente (1902-1906) do Brasil, Rodrigues Alves, estava empenhado no projeto de modernização da capital, o que incluida sua urbanização e higienização completa. Becos foram demolidos, ruas alargadas e prédios levantados.

Tudo isso fazia parte da montagem do imaginário da ainda incipente República brasileira. De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho, “a elaboração de um imaginário é parte integrante da legitimação de qualquer regime político. É por meio do imaginário que se podem atingir não só a cabeça, mas de modo especial, o coração, isto é, as aspirações, os medos e as esperanças de um povo. É nele que as sociedades definem suas identidades e objetivos, definem seus inimigos, organizam seu passado, presente e futuro.”

Na ocasião da entrega das medalhas e diplomas Conferidos aos Espositores Brasileiros em Saint-Louis, o político brasileiro Alcindo Guanabara declarou: “Esta festa é ainda a solenização de um princípio político vitorioso. A República havia, é certo, triunfado das agitações e das lutas intestinais; havia, com muito maior facilidade do que a Regência, dominado a desordem nos espíritos, tantas vezes traduzida em movimentos armados; havia saído vitoriosa da prova dificílima da reorganização financeira, graças à dedicação sobre sua capacidade para gerir os destinos desta grande nação e encaminhar o seu povo para a prosperidade, para a grandeza, para o regresso que a parte do globo que ele habita lhe impõe, essa, a República só a deu na Exposição de São Luiz. Foi um prodígio e uma maravilha para o Brasil essa exposição.” O Palácio brasileiro apresentado em Saint Luis, em breve, faria parte significativa do imaginário brasileiro. Desmontado após o evento nos EUA, a estrutura foi trazida para o Brasil e montada na capital, a fim de sedir a Terceira Conferência Pan-Americana. Seguindo sugestão de Joaquim Nabuco – jurista e diplomata brasileiro – o ministro das relações exteriores do páis, o Barão do Rio Branco, propôs que o Palácio de Saint-Louis fosse dado o nome de Palácio Monroe, uma homenagem ao presidente norte-americano James Monroe, criador do Pan-americanismo.

O nome pegou e a construção foi erguida na região da cinelândia, coração do Rio de Janeiro. Em sua inauguração, a cidade viveu momentos festivos, recebendo, inclusive, a vistia do presidente americano Theodore Roosevelt.

Até 1914, o Palácio Monroe foi apenas um Pavilhã
o de Exposição. Mas a partir deste ano, ele ganha uma função mais importante: passa a ser a sede provisória da Câmara dos Deputados, enquanto o Palácio Tiradentes era construído. Em 1922, com o fim das obras, e comemorando o primeiro centenário da independência, o Palácio Monroe passa a ser a sede do Senado Federal. O edifício teve esta funcionalidade até 1960, quando a capital foi transferida para Brasília. Sua presença fascinava os moradores do Rio de Janeiro e seus visitantes. Foi palco de diversas desavenças políticas, como, por exemplo, o período do Estado Novo (1937-1945), quando o Senado fora dissolvido por Getúlio Vargas. O Palácio Monroe instalara-se como símbolo da República, parte quase natural do cenário da cidade.Lista com marcadores Sua imagem estava em selos e cartões postais da cidade. O lugar no imaginário carioca e brasileiro havia sido conquistado.

A construção se destacava por suas dimensões e estética. Tratava-se de 1700 metros quadrados, ampliados nos anos de 1950. Os elementos de sua composição arquitetônica reuniam uma linguagem geral do ecletismo, num híbrido entre o liberal e outras vertentes arquitetônicas que marcaram época no Brasil.

O começo do fim Nos anos de 1960, o palácio – que ainda guardava seu prestígio e glamour junto à sociedade – passou a ser a casa do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), instituição de respeito, principalmente naquela época, em que os militares acabavam de tomar o poder no país.

Por volta de 1970, tem início um movimento de preservação histórico cultural da cidade. Vários edifícios da Avenida Rio Branco, na cidade do Rio, entraram com pedidos de tombamento federal, a maior parte negada pelo IPHAN, o que fora conseguido apenas no âmbito estadual. O Palácio Monroe era um dos que pediam a proteção arquitetônica. Diversos casos transformaram-se em uma verdadeira batalha judicial naqueles anos.

Neste momento, começava também uma vasta obra do Metrô da cidade. As obras faziam de tudo para desviar das fundações do Palácio. E isso fazia com que o cronograma do Metrô atrasasse. O Governo Estadual, pressionado por setores da sociedade, decreta a demolição do Palácio Monroe. Neste momento havia uma grande campanha de mobilização pró-demolição no país, reunindo arquitetos modernistas como Lúcio Costa e instituições como o jornal OGLOBO, que atacava o palácio veementemente em seus editoriais. Aqueles que eram contra o Palácio alegavam, dentre outras coisas, que ele atrapalhava o trânsito. A campanha também foi abraçada pelo então presidente Ernesto Geisel, que alegava - há alguns anos - que o Palácio prejudicava a visão do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, localizado no Aterro do Flamengo.

O assunto mobilizou e comoveu o país. Cento e sessenta e dois arquitetos, engenheiros e críticos de arte divulgaram um manifesto contra a demolição do palácio, embora soubessem que haveria pouca esperança. ''Desejamos apenas firmar perante nossos sucessores que a demolição do Monroe provocou advertência e veemente apelo para que fosse evitada a destruição de um edifício que, além da significação histórica, integra o patrimônio arquitetural representativo do implante da república em nosso país'', diz a abertura do manifesto. Além dos famosos e especialistas no tema, a opinião pública também se dividia. E isso era observado na seção de carta dos leitores, em jornais como OGlobo e Jornal do Brasil. Se no início de século o Palácio Monroe era símbolo da modernização brasileira, setenta anos depois sua demolição era proclamada em nome de um novo modelo de modernização.

Como era previsível, o grupo que defendia a demolição do Palácio saiu vitorioso. Em 11 de outubro de 1975, o Presidente Ernesto Geisel autorizou o Patrimônio da União a providenciar a demolição do Palácio Monroe. As toneladas de areia, metal e concreto do Palácio Monroe vieram abaixo em 1976. E seu lugar foi construído um chafariz que, apesar de monumental, não teve o mesmo sucesso da obra que o antecedeu. No mesmo ano, as obras do metrô foram concluídas, e toda vez que se fala na demolição do já mítico Palácio Monroe, o Metrô é citado como o estopim do caso. Pelo menos é isso o que consta na memória coletiva. Na verdade, os responsáveis pelo metrô sempre tentaram fazer de tudo para preservar o Palácio. No fim, foi até com grande frustração que os técnicos da Companhia viram a demolição, já que seus sacrifícios em desvios e adaptações tinham sido em vão.

Hoje, muitas gerações nunca ouviram falar no Palácio Monroe. Mas para aqueles que o conheceram, sua memória continua viva, representando parte da alma de um Rio de Janeiro que, apesar das demolições, físicas e simbólicas, ainda continua lindo, povoando o imaginário de toda uma nação.

Biblioteca Nacional e a Praça Floriano



A Praça Floriano, em 1906, tendo ao fundo as obras para a construção da Biblioteca Nacional.
Esta biblioteca foi projetada em 1904 e construída a partir de 1906.

Seguindo os planos do arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar, em estilo Luiz XVI, a biblioteca é inspirada no prédio da Escola Militar de Paris e possui torreões nos cantos, como um castelo, motivo de reservas pela crítica da época.

Apesar disso, funciona muito bem como biblioteca e abriga o 2º maior acervo de livros das Américas.
A Biblioteca Nacional foi construída no local onde existia o velho casarão do Seminário Diocesano de São José, demolido em 1904 para dar passagem à Avenida Central.

Porto de Maria Angu

Fonte: http://fotolog.terra.com.br/luizd:73

A Praia de Maria Angu, incluída no relatório de 1779, sobre a freguesia de São Tiago de Inhaúma, que o mestre-de-campo Fernando Dias Paes Leme apresentou ao Marquês do Lavradio tinha um porto, por onde escoavam os produtos agrícolas do interior, vindos das freguesias de Irajá, Inhaúma e até de Campo Grande para a cidade.

O historiador Brasil Gerson acredita que o nome provenha de uma certa negra chamada Maria. No entanto, há quem atribua o nome Maria Angu ao pássaro homônimo.

Foi aterrada, mas num dos trechos surgiu a Praia de Ramos ("apud" C.B.Gaspar).

Praça de Bonsucesso em 1928



A praca de Bonsucesso hoje se chama Praça Alvaro da Costa Melo, no cruzamento entre as ruas Cardoso de Moraes com Bonsucesso e Teixeira de Castro. A rua Bonsucesso ligava a linha férrea e a estação, que se localizava no inicio desta rua, ao porto de Inhaúma, de onde eram transportados toda a produção dessa rica região agrária nos séculos passados.

Em 1738, Cecília Vieira de Bonsucesso torna-se proprietária da Fazenda do Engenho da Pedra ou de terras dela desmembradas. Em decorrência, os canaviais das redondezas passaram a chamar-se "os campos de Bonsucesso", nome que designa a região até hoje.
Atribui-se a a Dona Cecília a reforma e embelezamento da antiga capela de Santo Antônio, no Engenho da Pedra. A ermida se situava próxima de onde hoje é o Parque União e o Clube Náutico São Cristóvão, e desapareceu na década de 40 quando a colina na qual se situava foi desbastada para servir de aterro e acesso à Ilha do Fundão.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Manguinhos

Vista da antiga chaminé das instalações dos fornos incineradores, na década de 10

Crédito: http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1986&sid=5

Manguinhos


A região de Manguinhos no início do século 20, com o Castelo da Fiocruz ao centro. Na época as águas da Baía de Guanabara chegavam ao que hoje é a Avenida Brasil (Fotos: Acervo Casa de Oswaldo Cruz)

Crédito: http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1986&sid=5

Praça XV


Chafariz do Mestre Valentim

O Chafariz da Pirâmide foi construído no Largo do Carmo, na beira do Cais, em 1779, para substituir outro existente no meio do Largo, visando melhor atender ao movimento de abastecimento de água das embarcações do Cais. Estava localizado junto ao mar, mas hoje uma larga Avenida e toda a Praça da Estação das Barcas separa o Chafariz das águas da Baía de Guanabara. O Chafariz é uma das obras que Mestre Valentim da Fonseca e Silva realizou na cidade no tempo do Vice-Rei D. Luiz de Vasconcelos. O Chafariz, foi contruído em gnaisse carioca e representa uma torre, encimada por uma pirâmide com delicados ornamentos, tendo em seu topo a Esfera Armilar, que é o globo terrestre representado pelos paralelos e meridianos e simbolizava o poderio do Rei de Portugal ao redor do mundo. Na face que dá para o mar vêem-se as armas do Vice-Rei, acompanhadas de uma inscrição latina.

Momento "Senta que lá vem história..."

Mestre Valentim da Fonseca e Silva (1745 - 1813) foi um dos principais artistas do Brasil colonial, tendo atuado como escultor, entalhador e urbanista no Rio de Janeiro.

Mulato, era filho de um fidalgo português e de uma africana. Alguns autores defendem que seu pai o levou a Portugal em 1748, onde teria aprendido escultura, versão que é historiograficamente controvertida.

De volta ao Brasil em 1770, estabeleceu uma oficina no centro do Rio de Janeiro e entrou para a Irmandade dos Pardos de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Realizou vários trabalhos de talha dourada para igrejas cariocas até a sua morte. Durante o governo do vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa (1779-1790) foi encarregado das obras públicas da cidade, tendo projetado diversos chafarizes e o Passeio Público do Rio de Janeiro, primeiro parque público das Américas.
O Paço Imperial

A história do edifício começa em 1733, quando o Governador Gomes Freire de Andrade, Conde de Bobadela, pede ao rei D. João V licença para edificar uma casa de governo no Rio. Cerca de 1738 começa a construção do edifício, seguindo o projeto do engenheiro militar português José Fernandes Pinto Alpoim, no Largo do Carmo (ou da Polé), atual Praça XV, no centro da cidade colonial. A nova Casa dos Governadores foi inaugurada em 1743. Aproximadamente na mesma época o Largo sofreu outras intervenções urbanísticas importantes, com a construção das casas de Telles de Menezes do lado oposto ao do Paço (também projetadas por Alpoim. Atualmente só o Arco resiste) e a inauguração de um chafariz, trazido de Lisboa, no centro do largo.



Carruagem localizada no interior do Paço


Em 1763, com a transferência da sede do Vice-Reino do Brasil de Salvador para o Rio, a Casa dos Governadores passou a ser a casa de despachos do Vice-Rei, o Paço dos Vice-Reis. Em 1808, com a chegada ao Rio da família real portuguesa, o edifício é promovido a Paço Real e usado como casa de despachos do Príncipe-Regente (e depois Rei) D. João VI.

Nessa época o Paço sofreu obras de adaptação, tendo sido acrescentado um novo andar central à fachada voltada para a Baía da Guanabara. Os interiores foram redecorados e o Paço ganhou uma Sala do Trono, onde ocorria a tradicional cerimônia do Beija-mão. Também se construiu um passadiço ao vizinho Convento do Carmo, onde se instalou a Rainha D. Maria I. Para a aclamação do rei D. João VI foi construída a "Varanda", um anexo monumental entre o Paço e o Convento do Carmo, onde se realizou a cerimônia. Ela foi utilizada nas coroações de D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1840-1889), sendo demolida ainda durante o Segundo Reinado.

Após a Independência do Brasil, o edifício passou a Paço Imperial, sendo chamado também de Paço do Rio de Janeiro, funcionando como despacho e residência eventual para D. Pedro I e depois para D. Pedro II. No interior há uma sala, o Pátio dos Arqueiros, que ainda mantém a decoração em estuque original da década de 1840. Neste período a fachada recebeu o acréscimo de uma platibanda em torno do terceiro andar e que ocultava o telhado. Foi no Paço que, a 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I decidiu ficar no Brasil e não voltar a Portugal (Dia do Fico). Também foi numa das salas do Paço que a Princesa Isabel assinou, dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, libertando os escravos.

A partir de 15 de Dezembro de 1849, o edifício do Paço passou a abrigar as instalações do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Após a Proclamação da República, as propriedades da Família Imperial e seus bens foram arrestados e leiloados. O Paço foi transformado em Agência Central dos Correios e Telégrafos. A decoração interna - estuques, pinturas e decoração - foi destruída e dispersa. A platibanda foi retirada para a expansão do terceiro andar, que passou a ocupar toda extensão do prédio. O pátio central foi ocupado e a fachada alterada com a introdução de frontões em estilo neo-colonial. Em 1938 houve o tombamento do prédio e só em 1980 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional restaurou o Paço à forma que tinha em 1818.

Atualmente, O Prédio do Paço Imperial serve como Centro Cultural.

Fonte: Wikipédia

http://viajantedoria.blogspot.com

Bica da Rainha


A Bica da Rainha, importante monumento histórico encravado no bairro do Cosme Velho, graças ao projeto "Adoção de Áreas Verdes" da Fundação Parques e jardins (o projeto permite que empresas colaborem com a manutenção de áreas públicas) e o Centro Educacional Miraflores, padrinho do monumento desde 1998, está passando por uma reforma. Em breve a Bica da Rainha estará novamente em uma situação condizente com sua importância histórica.

Além de preservar o monumento, o Miraflores, através deste projeto, conscientiza seus alunos sobre a necessidade de se preservar o patrimônio histórico. A diretora pedagógica Leia Rocha Lima diz que a adoção tem como objetivo ensinar as crianças sobre a importância da preservação dos monumentos de valor histórico, ensinando-as conceitos de cidadania e respeito.
Eventualmente as crianças entre quatro e dez anos são levadas pela escola até o monumento, tendo uma verdadeira aula de história ao ar livre.

A Bica da Rainha recebeu esse nome porque Dona Maria I - Rainha de Portugal e sua nora Dona Carlota Joaquina, nos tempos do Brasil colônia freqüentavam o local em busca das suas águas que teriam poderes medicinais.

Apesar de toda a sua importância histórica e mesmo estando no caminho de um dos lugares mais visitados do Rio, o Cristo Redentor, esse ponto turístico passou muito tempo abandonado pelo poder público, transformando-se em um lugar sujo, entregue a mendigos e usuários de drogas.

A Bica da Rainha guarda um pouco da história do Rio e é mais um importante ponto turístico do bairro do Cosme Velho, merecendo ser respeitada e admirada. Fonte: http://www.bairrodaslaranjeiras.com.br/

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mapas


Aeroclube do Brasil - Manguinhos
(Mapa rodoviário ESSO - 1951)

No mapa acima - por coincidência, dá para identificar claramente o "Aeródromo de Manguinhos" (pistas cruzadas amarelas). A Avenida Brasil é a linha grossa vermelha. Na verdade, o “aeródromo” era o Aeroclube do Brasil, formador das primeiras gerações de pilotos brasileiros e dos instrutores que levaram a aviação a todo o Brasil.

O clube construiu as pistas e hangares de Manguinhos em 1936 e, na década de 1960, transferiu-se para o Aeroporto de Jacarepaguá, próximo à Barra da Tijuca. Nas suas terras - depois imensamente aumentadas por aterros criminosos da Baía da Guanabara - atualmente ergue-se o Complexo da Maré, classificado entre os cinco maiores conjuntos de favelas do mundo.

Ao passar eventualmente pela Avenida Brasil, na década de 1950, ainda pude ver alguns pequenos monomotores amarelos decolando bem ao lado da minha janelinha no ônibus.

Celso Serqueira
Mapas Antigos & Histórias Curiosas
Fonte: www.serqueira.com.br

Igreja de Nossa Senhora da Penha



Destaca-se pela devoção popular , difundida em quase todo país, e pela original localização, num penhasco bastante alto e de pura pedra, fazendo com que seja avistada a quilômetros de distância.
Foi construída em 1635, como igrejinha simples e rústica, pelo capitão Baltazar de Abreu Cardoso, em terras de sua propriedade. Em 1728,a confraria foi transformada em Venerável Irmandade de N.S da Penha de França.
Obras foram feitas para a ampliação, especialmente a escadaria, para dar mais segurança a quem subia a imensa rocha. Objeto hoje de lendas, e local de pagamento de promessas, a agora famosa escadaria tem 365 degraus abertos na rocha-viva e há os devotos que sobem de joelhos em penitência.
O interior da igreja denota simplicidade, tendo apenas um altar na capela-mor onde está a imagem da padroeira. Ao fundo pode-se ver o antigo altar da primeira ermida com a imagem de N.S do Rosário. O templo tem duas torres, com carrilhão vindo de Portugal.
Atualmente a igreja é centro de grandes romarias, sobretudo no mês de outubro, dedicado á devoção da santa. Existe no local a Casa dos Romeiros e uma grande sala das promessas, com ex-votos e grande número de objetos.

Capão do Bispo


Crédito: http://www.globoonliners.com.br

Capão do Bispo é uma das mais antigas propriedades rurais do Estado do Rio de Janeiro e sua casa, sede da fazenda, é o que sobrou da sesmaria doada por Estácio de Sá aos Jesuítas e a concessão, confirmada pela Corte de Lisboa em 10 de julho de 1565. Abrangia as freguesias de Inhaúma, Engenho Velho, Engenho Novo e São Cristóvão.

Com uma área de duas léguas de testada e duas de fundo (13.200 m X 13.200 m) começava no Vale do Catumbi, junto ao Rio dos Coqueiros, antigamente chamado Iguassu e hoje Rio Comprido, servia como divisa natural desde a nascente até desaguar no mangue da Cidade Nova, seguindo pelo litoral, atravessando a bica dos Marinheiro, São Cristóvão e Benfica até a Tapera de Inhaúma, rumo noroeste para o sertão, rumo sudoeste nas áreas férteis e saudáveis dos terrenos do Engenho Velho, Andaraí e Engenho Novo entre outros.

Em 1684 o Padre Custódio Coelho era o responsável pela freguesia de Inhaúma, que a passou para o Vigário Geral Clemente Martins de Mattos. A área era limitada pelos morros do Pedregulho e do Telégrafo ao sul. Pela Serra da Misericórdia e litoral do canal de Benfica, os atuais bairros do Engenho Novo, Méier e Inhaúma, ao norte.


A fazenda ficava na planície suburbana com diversos vales ligeiramente acidentados por baixas colinas, próximos ao Rio Jacaré, Faria e Timbó, foi confiscada dos Jesuítas em 1759 e passaram à Coroa e leiloada a partir de 1761, quando um dos compradores foi o Bispo D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas de Castelo Branco, onde ergueu a casa grande da fazenda num capão (porção de mato isolado no meio do campo) sobre um outeiro de 20 m de altura. Depois uniu-se a fazenda de Sant’ana, um engenho que pertencera a Brás de Pina , segundo Pizarro.

O Bispo morreu em 28 de janeiro de 1805 quando a propriedade passou ao seu sobrinho Jacinto Mascarenhas Furtado de Mendonça. De 1862 a 1868 a casa grande foi aforada por escritura a Joaquim José Palhares Malafaia e a Domingos José de Abreu. Em 1914 vendida a Francisca Carolina de Mendonça Ziéze e depois a Joaquim Alves Maurício de Oliveira, dono até 1929, passando à Clara Ziéze de Oliveira.

Há 18 de setembro de 1937 passou para Simão Daim e em 1947 estava em nome de Jacob Armin Frey. Esses levantamentos foram feitos por Noronha Santos.

Em 30 de agosto de 1947 foi tombada pelo IPHAN, com Florentino M. Guimarães responsável pelo canteiro de obras e coordenando o levantamento arquitetônico. Desapropriada em 1961 passando ao governo do Estado da Guanabara, sendo a emissão de posse dada em 1969. Nas décadas de 50 e 60 foi invadida por 30 famílias que fizeram do patrimônio histórico, uma cabeça-de-porco chegando a estar ameaçada de desabar. (JB, Domingo, 16/01/66- primeiro caderno). Edgard Jacinto da Silva, arquiteto do IPHAN fez um trabalho de restauração na sede que durou dois anos, de 1973 até 1975, custando NCr$ 195.000,00 e instalado um Museu Rural e Centro de Estudos Arqueológicos.

Fonte: http://www.globoonliners.com.br

Complexo da Maré

Na época da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, a área hoje ocupada pelas comunidades da Maré era uma parte da Baía de Guanabara formada por praias, ilhas e manguezais. As praias tinham água e areia limpas, a mata fechada era intocada e os manguezais serviam como fonte de alimento para várias espécies animais, aves aquáticas, caranguejos e muito peixe e camarão. Até mesmo baleias nadavam tranqüilamente na Baía de Guanabara. Por contraste, a mesma área é hoje uma das mais poluídas da cidade.
A ação destruidora do homem começou com a extração do pau-brasil que, segundo os registros mais antigos, era abundante na região. Em nome do comércio da madeira nobre, os colonizadores arrasaram as matas, provocaram a fuga das tribos indígenas locais para o interior e para escoar os produtos explorados e cultivados na região, criaram o Porto de Inhaúma no século XVI. Ele se localizava onde hoje termina a Avenida Guilherme Maxwell, no cruzamento com a rua Praia de Inhaúma. O porto desenvolveu importante papel econômico e terminou seus dias abrigando a Colônia de Pescadores Z-6 que desapareceu nas primeiras décadas do século XX, após os sucessivos aterros na área.

Entre meados dos séculos XVII e XVIII, a região da Maré – também conhecida como "Mar de Inhaúma" – fazia parte da Freguesia rural de Inhaúma e integrava uma grande propriedade: a Fazenda do Engenho da Pedra. Sua terras abrangiam os atuais bairros de Olaria, Ramos, Bonsucesso e parte de Manguinhos. Hoje, onde seria a sede da fazenda restam apenas ruínas, que foram ocupadas pela Favela da Igrejinha, em Ramos.
A história da Maré urbana começa nos anos 40, com o desenvolvimento industrial do Rio de Janeiro veio um grande fluxo de migrantes nordestinos em busca de trabalho e que vieram a ocupar as regiões desprezadas pela especulação imobiliária, como encostas e áreas alagadas; no final da década de 40, várias palafitas - barracos de madeira sobre a lama e a água – ocupavam a região. Surgem focos de povoação onde hoje se localizam as comunidades da Baixa do Sapateiro, Parque Maré e o Morro do Timbau - única naturalmente de terra firme. As palafitas se estenderam por toda a Maré e só no início dos anos 80 foram erradicadas. A construção da Avenida Brasil - concluída em 1946 - foi determinante para a ocupação da área, que prosseguiu pela década de 50, resultando na criação de outras comunidades como Rubens Vaz e Parque União.

Nos anos 60, um novo fluxo de ocupação da Maré teve início. Durante o Governo Estadual de Carlos Lacerda (1961-1965), foram realizadas obras de modernização na Zona Sul da cidade com a consequente erradicação de favelas e remoção de sua população para regiões distantes do município.
A partir de 1960, moradores de favelas como Praia do Pinto, Morro da Formiga, Favela do Esqueleto e desabrigados das margens do rio Faria-Timbó foram transferidos para habitações "provisórias" construídas na Maré, daí surgiu a comunidade de Nova Holanda.
Até o início dos anos 80 a Maré das palafitas era símbolo da miséria nacional, e foi nesse período que se iniciou a primeira grande intervenção de um Governo Federal na área - o Projeto Rio - que aterrou parte das regiões alagadas e transferiu os moradores para construções pré-fabricadas: as comunidades da Vila do João, Vila do Pinheiro, Conjunto Pinheiro e Conjunto Esperança. Nos anos 80 e 90, também foram construídas as habitações de Nova Maré e Bento Ribeiro Dantas para transferir moradores de áreas de risco da cidade. Já a pequena comunidade inaugurada em 2000 pela prefeitura e batizada pelos moradores de Salsa e Merengue é tida como uma extensão da Vila do Pinheiro.
Em 1988, foi criada a 30ª Região Administrativa, abarcando a área da Maré. A primeira R.A. da cidade a se instalar numa favela marcou o reconhecimento da região como um bairro popular.

Morro do Castelo


A história do Morro do Castelo começa no século 16, quando a cidade se mudou do Morro Cara de Cão. A mudança ocorreu em 1567, dois anos depois da sua fundação, quando os 120 portugueses, comandados por Mem de Sá, derrotaram os franceses, comandados por Nicolau Durand de Villegaignon.
A mudança foi necessária porque o Cara de Cão era pequeno para abrigar tanta gente. O Morro do Castelo foi escolhido por razões de segurança. Os portugueses tinham o costume de construir vilarejos em pontos elevados e o Morro do Castelo era uma das quatro colinas existentes no Centro do Rio. Além do Castelo, havia os morros de Santo Antônio, São Bento e da Conceição. Do Castelo tinha-se uma visão privilegiada de boa parte da Baía de Guanabara, o que facilitava a defesa. Além disso, era cercado por lagoas e manguezais, que dificultavam um ataque. Os índios Tamoios, pouco dóceis e inimigos naturais dos portugueses, tinham medo das colinas, pois as associavam a coisas demoníacas. Finalmente, a inclinação do morro favorecia o escoamento dos detritos. Naquela época, como atualmente em algumas favelas, jogava-se lixo na rua e a chuva tratava de levá-lo encosta abaixo.

Assim nasceu a cidade, com cerca de 600 pessoas, entre elas os fundadores que vieram com Estácio e Mem de Sá, jesuítas, índios catequizados, alguns franceses e umas poucas mulheres. Esses pioneiros ocupavam os 184 mil metros quadrados da colina, com limites nas atuais Rua São José, Santa Luzia, México e Largo da Misericórdia. A ORIGEM DO NOME "CASTELO"
De início, logo no primeiro ano de ocupação, o morro ganhou suas primeiras construções. Em 1567 foi erguido o Forte de São Januário, rebatizado mais tarde de São Sebastião. Ficava na parte posterior do morro e foi feito, como as demais construções, de pedra e óleo de baleia. As paredes internas tinham um metro de espessura e sua aparência era a de um castelo, daí o nome do lugar. Meses antes o Morro do Castelo chegou a ser chamado de "Morro do Descanço".

Em seguida foi construída a Igreja de São Sebastião, o primeiro templo do Rio, que se assemelhava a uma fortaleza. Tinha duas torres sineiras, usadas na vigilância da costa.

No Morro do Castelo foram construídos o primeiro sobrado da cidade, a Casa de Câmara e a Cadeia. A Igreja e o Colégio dos Jesuítas exerceram intensa atividade no Castelo até a expulsão dos padres desta Ordem pelo Marquês de Pombal, em 1759. Com a saída dos religiosos o colégio virou Palácio São Sebastião, depois hospital militar e, em 1877, hospital infantil São Zacarias.

As dificuldades do dia-a-dia não compensavam a segurança do isolamento. Assim, a nobreza carioca do século 16 desceu a ladeira, a Ladeira da Misericórdia, que era o único acesso ao Morro no início da sua ocupação. Da Rua da Misericórdia, a mais antiga do Rio, sobrou apenas uma via sem saída, com 40 metros e calçamento pé-de-moleque do século 17, no Largo da Misericórdia, que poucos cariocas reverenciam em meio ao corre-corre e a agitação do Centro.

Foi pela Ladeira da Misericórdia que a elite desceu os 64 metros do Morro do Castelo e seguiu em direção à várzea, a partir de 1570. Apenas o pessoal menos favorecido, principalmente pescadores, permaneceu no alto do morro, pois não foi contemplado com a distribuição de sesmarias, terras doadas pelo governador-geral, em nome da Coroa Portuguesa.

Com a mudança, veio a decadência e o local ficou marginalizado, evitado pelos cariocas. Com as obras que mudaram o centro da cidade no início do século passado, muitas famílias desalojadas encontraram abrigo no Morro do Castelo. Mas isso só duraria até 1922, quando o Prefeito do Distrito Federal, engenheiro Carlos Sampaio, decretou o fim do morro. Foram muitas as justificativas, entre elas a falta de espaço para abrigar a exposição comemorativa do centenário da Independência. Diziam, também, que o Morro do Castelo prejudicava a ventilação da área central da cidade. Assim, com jatos d'água, motores elétricos e máquinas a vapor, acabaram com o berço da cidade.

Mesmo tendo o Rio um milhão e duzentos mil habitantes coube a um paulista, Monteiro Lobato, reagir contra a obra. Foram demolidos 300 imóveis e retirados 66 mil metros cúbicos de terra. A população foi removida para os subúrbios e os principais objetos de valor, como o marco inaugural da cidade, pinturas e esculturas do século 17, transferidos para vários pontos da cidade. No Colégio Santo Inácio estão as imagens do Cristo Crucificado, de João Evangelista e da Virgem Maria, além da Porta Principal da antiga Igreja dos Jesuítas. Na Igreja dos Capuchinhos estão o Marco Inaugural e túmulo de Estácio de Sá.

A terra retirada do Castelo foi usada para aterrar parte da Urca, Lagoa Rodrigo de Freitas, Jardim Botânico, área do Jóquei Clube, e muitas áreas da baía de Guanabara. Vale lembrar que a Rua Santa Luzia, onde estão a Igreja de Santa Luzia e a Santa Casa de Misericórdia, ficava junto ao mar.


Fonte: http://www.almacarioca.com.br/