quarta-feira, 24 de junho de 2009

Avenida Presidente Vargas 1942




Desde os tempos de D. João VI já se pensava em construir um canal navegável ligando o mar ao Rocio Pequeno, atual Praça Onze de Junho, que só recebeu este nome depois da Guerra do Paraguai, em homenagem ao dia em que a esquadra do Almirante Barroso venceu a Batalha do Riachuelo. O canal teria como objetivo secar um enorme pântano existente próximo da Cidade Nova, que era um foco de doenças, mosquitos e exalações desagradáveis.

Mas só em 1857, foi iniciada a construção do Canal do Mangue, que foi a maior obra de saneamento do Rio de Janeiro, na época do Império, que possibilitou a extinção da Lagoa da Sentinela e dos pantanais de São Diogo, que iam até quase o Campo de Santana. A obra foi contratada ao Barão de Mauá, que a inaugurou juntamente com sua fábrica de gás para iluminação pública e doméstica que ficava próxima do Rocio Pequeno.

No Governo de Henrique de Toledo Dodsworth, a idéia de prolongar a Avenida do Mangue até o Cais dos Mineiros, atual Arsenal da Marinha, foi posta em prática e foi aberta a Avenida Presidente Vargas, que recebeu este nome em homenagem ao então Presidente Getúlio Vargas. Para abrir a Avenida muitos desafios foram enfrentados, foram demolidos 525 prédios, desapareceram velhas ruas, enfrentou-se a oposição de muitos seguimentos. A Avenida tem 2.040 metros de extensão no trecho até a praça Onze, mas incluindo a parte já existente até a Praça da Bandeira sua extensão é de 4 quilômetros, sua largura atinge 80 metros da Candelária até a Praça Onze e 90 metros no trecho do Canal do Mangue.

A Avenida Presidente Vargas, atualmente representa o maior canal de tráfego da cidade, comunicando o centro comercial da cidade aos viadutos da Ponte dos Marinheiros, que a partir daí fazem sua distribuição pela populosa Zona Norte.


Praça de Santo Cristo


Antigo Largo do Gambá no Saco dos Alferes, local que pouco mudou depois desta foto de 28/07/1924. Área de pouca visitação mas com um comercio local farto e boa quantidade de casas do final do séc. 19. Locais tombados e a serem vistos como o Antigo Trapiche Modesto Leal na Rua Santo Cristo, o sobrado Neo-Egipcio da Rua Pedro Alves e na mesma rua mas lá no final a estação de bondes movidos a tração animal e, hoje em dia desfigurada, com sua chaminé a Companhia Usinas Nacionais fabricante do açúcar Pérola perto da Pedra São Diogo, sem esquecer de dar uma olhada no belo teto da fábrica de chocolates Bhering.
Como construções consideradas Arquitetura Moderna temos a Vila Operária da Gamboa (Lucio Costa e Gregori Warchavchik), infelizmente hoje em dia bastante descaracterizada, e o Conjunto Habitacional dos Marítimos logo na esquerda no inicio da Rua da América.
Muitos outros locais eu poderia apresentar mas vamos deixar para outro post. Trabalhei na região por 20 anos e tenho boas lembranças desta área.

Fonte: http://fotolog.terra.com.br/bfg1:565

sábado, 20 de junho de 2009

Avenida Francisco Bicalho


A Avenida Francisco Bicalho, construída em 1907 como parte do pacote das obras do porto, saneava de vez os restos do mangal de São Diogo, tendo sua parte da avenida do Mangue já saneado pelo Barão de Mauá.
Esse aterro da avenida Francisco Bicalho acabou com as ilhas dos Melões (ou das Moças) e dos Cães (onde está a Rodoviária Novo Rio), os sacos do Alferes e de São Diogo (ou Diego) e a praia Formosa, que ia até a estação ferroviária Barão de Mauá. Foi próximo ao terreno onde está o gasômetro que Araribóia instalou a sua tribo de Temiminós e travou várias batalhas antes de ganhar as terras de São Lourenço (mais tarde Niterói) em 1573.
Em 1911, ficaram prontos os trabalhos de construção do "novo gasômetro", na entrada do Canal do Mangue, em São Cristóvão, instalações estas construídas pela Mead-Morrison Manufacturin Company, com um gasômetro de 90 mil metros cúbicos.
Em 1915, ele passou a ser considerado o maior do mundo.


Largo do Matadouro


Praça da Bandeira, completamente alagada após um temporal.
O nome Largo do Matadouro é porque justamente lá encontrava-se o Matadouro da cidade, cuja ponta do muro podemos ver à extrema direita da foto e que foi transferido para aí desde sua primitiva localização, no centro da cidade, e posteriormente mudou-se para o bairro de Santa Cruz .

Praça Tiradentes


A praça leva o nome de Tiradentes, homenageando a todos que idealizaram a inconfidência.
Foram muitos os que tinham a vontade de mudar nossa história: Entre os mais importantes inconfidentes estavam militares, escritores de renome, poetas famosos, magistrados e sacerdotes, como: Francisco de Paula Freire de Andrade, José Álvaro Maciel, Carlos Toledo e Melo, José da Silva Rolim, Inácio de Alvarenga Peixoto, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Domingos Vidal Barbosa, José Resende da Costa, José Aires. João Dias da Mota, Luís Vaz de Toledo Piza, Domingos de Abreu Vieira, Francisco Antônio de Oliveira Lopes.

Joaquim José da Silva Xavier foi o único enforcado. Depois de permanecer por três anos incomunicável em uma masmorra, em 21 de abril de 1792.
A forca foi construida próximo do campo da Lampadosa - hoje Praça Tiradentes no Rio de Janeiro, foi decapitado e esquartejado. Sua cabeça foi exposta em Vila Rica e os quartos do corpo dependurados em postes sendo sua memória declarada infame.

Para ser mais exato a forca teria sido erguida na pequena esquina do cruzamento de Avenida Passos e Rua Senhor dos Passos, e Tiradentes ao ser trazido a pé desse largo - atual praça Tiradentes, teria parado diante da igreja da Lampadosa e feito uma prece. seu interior atualmente fotografado pelo Claudio Lara.

Mesmo após a independência do Brasil, em 1822, Tiradentes não foi aceito como mártir da Inconfidência. Só em 1867 construiram um monumento em memória.

Largo de São Domingos


Desde o início, os colonizadores portugueses procuraram utilizar mão-de-obra escrava para as mais variadas tarefas, especialmente as braçai
s, inadmissíveis a um nobre. A tentativa com os indígenas não produziu os resultados esperados, e, assim, iniciou-se o tráfico negreiro, que perduraria até o século XIX.

Os escravos do Rio de Janeiro sofriam a mesma sorte que os de outras localidades, atingidos por toda sorte de violências e injustiças. Mas, apesar das dificuldades, alguns deles, libertos ou não, lutaram e conquistaram pequenos espaços, onde exerciam sua devoção religiosa e se encontravam, para, através do contato social, aliviar ou esquece
r por alguns momentos a difícil existência.

Assim, no começo do século XVIII, com extremo sacrifício, foi erguida uma capela em uma área remota fora do centro, chamada de Várzea da Cidade. Ninguém por ali morava, só existindo um caminho, que ia dar no Valongo (Saúde). A partir deste, a uma certa altura, pegava-se o acesso ao modesto templo. Dedicado a São Domingos de Gusmão, ficava em frente a um cemitério onde eram sepultados escravos.
A antiga igreja e o Largo de São Domingos, ainda em pé nos anos 20

Os anos passaram, e a zona urbana começava se dilatar e estender em direção ao Mangue, envolvendo a pequena capela com novas construções e inserindo-a em uma rede de ruas até então inexistente. Doravante, não estaria mais só. Foi construída em seu lugar, em 1791, a Igreja de São Domingos, a qual permaneceria com o mesmo aspecto até seu fim. Era pequena e tinha três altares, dedicados a São Domingos, N. Sª da Conceição e N.Sª das Dores, além de uma imagem de N.Sª de Santana na Sacristia. Em 1854, a iniciou-se a construção de uma nova igreja, mas, por falta de recursos, a obra foi interrompida logo no início. A igreja e seu largo ficavam onde é atualmente a av. Presidente Vargas, em frente à av. Passos. O largo fazia esquina com a rua General Câmara, que corresponde ao lado ímpar da avenida, ficando o templo recuado, ao fundo. As fotos existentes foram tomadas olhando-se na direção da Praça da Bandeira.

A igreja e o largo de São Domingos desapareceriam quando da abertura da av. Pres. Vargas, em 1942, junto com uma parte enorme do patrimônio histórico do Rio. O pequeno templo, obra de várias gerações de escravos, nos lembra o esforço e dedicação daqueles que, mesmo quando despojados de todos direitos inerentes ao ser humano, lutaram para celebrar sua fé assim como a própria vida.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Castelo da Fio Cruz


Magnífica construção feita para servir de fábrica de saúde, durante a época das descobertas de vacinas.
Esse prédio é de 1905.
Chamado e conhecido como Pavilhão Mourisco por suas caracteristicas, pertence à Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz e fica no campo de Manguinhos. 
A Fundação Oswaldo Cruz fica localizada na avenida Brasil, 4365, Manguinhos.

Um pouco da cronologia do Rio de Janeiro para entender sobre quem foi Oswaldo Cruz e sua participação na Revolta da Vacina.

Histografia do Rio de Janeiro, capital da República,1904:

do aspecto colonial: 
1-ruas estreitas e mal iluminadas,
2-Prédios antigos transformados em habitações coletivas, 
3-profusão de vendedores ambulantes e mendigos, 
4-precariedade nos hábitos de higiene,falta de serviços de saneamento. 
5-por essa razão e pela elevada densidade populacional ocorriam surtos de doenças e pestilenciais como a febre amarela, a peste bubônica, a varíola, e também a tuberculose, acometendo principalmente a mão de obra trabalhadora crescente na cidade.

Da nossa realidade:
1-o centro se transformou na habitação de populações pobres,
2-os mais abastados se mudaram para as outras freguesias (zona sul e norte),
3-queriamos uma capital à altura de Paris e Londres
4-as elites queriam trocar atraso, desordem, barbárie, feiúra pelo progresso,
ordem, civilização e beleza.
5-assume a presidência da República em 1902 o cafeicultor paulista Rodrigues Alves, com o país em boa situação financeira,querendo reafirmar o poderio republicano.

Para implantar as melhorias almejadas Rodrigues Alves nomeia engenheiros notáveis ou cientistas para postos-chave da administração pública, o clube de engenharia estava "a todo o vapor":
1- Francisco Pereira Passos, para a prefeitura da cidade, então capital federal;
2- Lauro Severiano Müller, para ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas;
3- Francisco de Paula Bicalho, para diretor técnico da Comissão das Obras do Porto
do Rio de Janeiro;
4- André Gustavo Paulo de Frontin, para presidente da Comissão Construtora da avenida Central,
5- Em 1904 Oswaldo Cruz articulou a Vacinação Obrigatória, plano aprovado por decreto Federal,

Em 1904, depois de perder suas moradias o Povo agora seria obrigado a ter seus corpos “contaminados” com próprio agente das epidemias, o que levou à chamada Revolta da Vacina.

Estas fotos podem ser vistas ampliadas, bastando ser cadastrado no Flickr, automáticamente ao entrar com sua senha liberam a vista ampliada e local para comentar e postar.

Fonte: http://www.flickr.com

Aero Clube de Manguinhos


O Aeródromo de Manguinhos era o novo campo de aviação do Aeroclube do Brasil, que foi fundado em 1911. 

Depois do campo de pouso ficar anos nos terrenos onde hoje está o Campo dos Afonsos (uma das bases da Força Aérea), o Aeroclube necessitou de um novo lugar para seu Campo de Aviação do Aeroclube. Então na década de 30 foi autorizada pela esfera municipal e federal a utilização de parte do terreno de Manguinhos. O Instituto Oswaldo Cruz (atual FIOCRUZ) permitiu que fosse destruída uma pequena elevação que havia em seu terreno para a construção do Aeródromo. 

A inauguração do Aeródromo foi uma festividade repleta de autoridades civis e militares e a presença de Getulio Vargas era obrigatória, já que ele era entusiasta do local. 

O Aeródromo de Manguinhos foi com o passar dos anos o principal Centro de Aperfeiçoamento de Instrutores. Havia também, paralelamente, Escola de Piloto de Recreio e Desporto, Lá foi realizado o primeiro Campeonato Brasileiro de Acrobacia. E todos os anos, durante a Semana da Asa eram realizadas concorridas provas aerodesportivas, com a participação de dezenas de Pilotos. 

Na década de 40 vários departamentos forma criados lá, como o de pára-quedismo e o de aeromodelismo. Em 1949, o Departamento de Aeromodelismo foi transformado na Associação Carioca de Aeromodelismo (ACA) e construídas duas pistas circulares à margem da Avenida Brasil, além de instalações para sua Sede de Campo. 

Aeródromo de Manguinhos foi interditado em 1961 sob a alegação de interferência com o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional do Galeão e do Aeroporto Santos Dumont.