A crise financeira inviabilizava a manutenção do Aeroclube Brasileiro. Entregou-se então a direção do Aeroclube a uma Comissão composta dos senhores PAULO VIANNA, CEZAR GRILLO e ANTÔNIO GUEDEZ MUNIZ.
Em 16 de março de 1932, foi realizada uma Assembléia Geral Extraordinária, homologando os poderes para o Triunvirato. Nessa mesma Assembléia foi aprovada a proposta do então Major GUEDEZ MUNIZ mudando o nome da Entidade para AEROCLUBE DO BRASIL.
Os terrenos de Manguinhos foram definitivamente eleitos pela comissão para o preparo do novo campo de aviação do Aeroclube. A ocupação do terreno se deu por consentimento tácito das autoridades federais e municipais, sem documento formal. A causa era justa e contava com a simpatia de todas as autoridades, principalmente do Presidente GETÚLIO VARGAS.
O instituto OSWALDO CRUZ permitiu que fosse desbastado um pequeno relevo em seus terrenos e PAULO VIANNA tomou a si a obra de aterro do manguezal, sempre com a participação de seus companheiros de comissão.
Em 1936 o Triunvirato deu por terminada sua missão. Os primeiros aviões pousaram. Manguinhos era uma realidade. Renascia o Campo de Aviação dos sonhos dos fundadores do Aeroclube Brasileiro, especialmente de RICARDO KIRK.Lá estava agora como Presidente o Almirante VIRGINIUS DELAMARE, que em 1917, então tenente, tentava com BENTO RIBEIRO fazer voar a Escola Nacional de Aviação, nos Afonsos.
Foi graças à inauguração de Manguinhos com o prestígio da presença do então presidente GETULIO VARGAS, que tomou impulso a "SEMANA DA ASA", criada em 1935 pela comissão de Turismo Aéreo do Touring Club do Brasil.

Foi uma festiva "SEMANA DA ASA" em Manguinhos, que praticamente consolidou a idéia do então Ministro da Aeronáutica SALGADO FILHO de criar a Campanha Nacional de Aviação, contando com o poderoso e entusiástico apoio do grande jornalista ASSIS CHATEAUBRIAND e que resultou na criação de quase três centenas de Aeroclubes por todo o Brasil.
De Manguinhos saiu a grande maioria dos instrutores que viabilizaram a implantação das Escolas de Pilotagem dos novos Aeroclubes, então criados como resultado da Campanha Nacional de Aviação.
Paralelamente às atividades de formação dos instrutores, o Aeroclube não descuidou das suas funções institucionais, mantendo a Escola de Piloto de Recreio e Desporto (hoje piloto privado), incentivando as atividades aerodesportivas.
Em Manguinhos foi realizado o primeiro Campeonato Brasileiro de Acrobacia.
Ainda na década de 40 foram criados os Departamentos de Paraquedismo e de Aeromodelismo, que contaram com dezenas de participantes. O Departamento de Paraquedismo foi organizado e dirigido pelo saudoso CHARLES ASTOR. O Departamenro de Aeromodelismo, por MARIO SAMPAIO.
No final da década de 50 surgiram problemas administrativos muito sérios e o aeródromo de Manguinhos foi interditado sob a alegação de interferência com o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional do Galeão e do Aeroporto Santos Dumont.
Sem poder utilizar as instalações de Manguinhos, por 10 anos o Aeroclube funcionou numa pequena sala cedida por um dos sócios e se dedicou a pugnar pelas novas instalações previstas para o mesmo local em que no final da década de 20 existia o Campo de Latecoere, em Jacarepaguá, e que deveriam compensar a tomada do campo de Manguinhos.
Em 1967, lutando contra o tempo para conseguir o novo Campo de Aviação, evitou-se que o Aeroclube do Brasil fosse transformado em "Aeroclube da Guanabara" por força do DL número 205, de 27/02/1967, obtendo aprovação no Congresso Nacional da Lei 5.404, de março de 1968, alterando o artigo 5 e criando o parágrafo 2 para reconhecer o pioneirismo histórico do Aeroclube do Brasil:
"O Aeroclube do Brasil, fundado em 14 de outubro de 1911, a primeira entidade da aviação brasileira com existência local, por seu pioneirismo e pela implantação da mentalidade aeronáutica a que deu curso, é considerada integrante das tradições nacionais na área da aeronáutica".
Fonte: www.aeroclubedobrasil.com.br